sexta-feira, 29 de abril de 2011

We'll see

Descobri que não tenho uma música preferida, que não tenho uma cor preferida, uma blusa preferida ou uma atividade preferida. Não sei do que abriria mão para um possível sacrifício significativo. Isso faz de mim uma pessoa vazia? Acho que não. Espero que não.
A mente domina o corpo, sempre foi assim, mas ultimamente nem minha mente anda se dominando. Arrasto-me para áreas tão distântes do conhecimento. Quer dizer, que conhecimento? Isso é só hedonismo. Conhecimento sem sabedoria, sem utilidade, quase fútil.
Talvez seja meu coração o culpado de tudo, ele anda ganhando espaço demais, meus pulmões andam mais apertados e meu estômago sem muito calor, o sangue mal chega ao cérebro, e o que chega é futilizado. Toda essa informação vem com missão de suprimir todos esses pensamentos, talvez seja isso.
É algo que eu posso lutar contra, mas acho que não pretendo. Afinal, conhecimento nunca é de mais, meu pulmão nunca foi dos melhores e meu estômago consegue se esquentar sozinho. Espero que meu coração chegue ao ponto máximo de tonificar o resto corpo bombeando esse sentimento.
Mas veremos, afinal, "pra quem sabe olhar para trás nenhuma rua é sem saída"

sábado, 26 de março de 2011

E se...?

E se der certo?
E se aquela for o homem ou a mulher da sua vida?
E se for esse o curso que vai deixá-lo rico?
E se for essa é a paixão da sua vida?
E se você conseguir tudo que quer?
E se seus pais não descobrirem que você viajou?
E se você for feliz?
E se você chegar aos 80 anos, olhar pra trás e sorrir para a vida que teve?
E se a vida valer a pena?
E se você largar de ser esse idiota e viver?
E se você deixar todas as imposições da sociedade e ter sua vida do jeito que VOCÊ quer?

A vida é como um campo, um campo só seu, no qual somento você plantará e somente você colherá. Então plante, colha, arrisque, viva! Use o "E se" para coisas boas, pense menos em consequências e mais em ser feliz, a vida é uma só.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Possivelmente seria assim:

“Caro Lucas,

Gostaria, educadamente, de dizer-lhe o quão egoísta é você. Vive reclamando de tudo e todos, mas não olha pra dentro de si mesmo. Um dia sua vida irá implodir. Chegará o dia em que todos apontarão pra você e irão rir desvairadamente.
Que personalidade é essa que não segura nenhum sentimento no peito e quando tenta se arrepende? Você deveria viver sozinho, caso não viva, vai acabar sozinho mesmo. Não tem pra onde correr. Lucas, você é assim.
Matemática? Além de morrer sozinho, ainda quer que seja de fome? Por que não faz Engenharia? Desistiu não é? Não passou na primeira tentativa e agora quer algo mais fácil.
Irresponsável, sim, irresponsável. Preocupa todo mundo, não avisa aonde vai, mas não se aborreça, não digo isso pra você, só pelas suas costas mesmo, isso e tudo aqui dito.
Ah! Claro. Você não acredita em nada, nem religião tem. Deve ser, no mínimo, ateu 'tenho nojo de ateus'. Que tipo de pessoa critica o casamento, a igreja e a vida de líderes religiosos.
Mas não se preocupe, quando eu precisar eu vou te procurar, por que eu sei que me ajudará. Então, não se sinta interessado por quem eu sou, apenas viva sua vida, que eu, além da minha, estou vivendo a sua também.

Encarecidamente, eu, que não tenho personalidade e procuro algo para acobertar isso. ”



Com a óbvia exceção de umas quinze pessoas, todas as outras que me conhecem, caso se juntassem e me mandassem uma carta, teria sido a cerca desta. Mas eu gosto disso, sinal que ao menos alguma coisa eu faço corretamente =D

sexta-feira, 11 de março de 2011

Falling

Desde muito tempo parado em pé, no topo do mais alto dos prédios, sempre olhando pra baixo, diretamente pro chão, com vontade de pular. Olhava para os lados: a minha direita uma amiga no mesmo estado, a minha esquerda outras tantas rodeando o parapeito resistindo a esse mesmo frenesi.
Meu corpo estava vazio, incompleto, aquele não era eu, mas podia sentir tudo, todo o vento, toda a chuva, todos os raios e trovões, e sempre olhando fixamente para o chão, que, por sua vez, parecia cada vez mais distante.
Não me lembro exatamente quando ou por que, mas pulei e cai devagar, vislumbrando cada andar. Dois andares abaixo do topo, vi uma garota, muito branca, muito baixa, muito loira e muito triste. Exatamente um andar a baixo dela a vi novamente, mas ela estava feliz e estava acompanhada, era um garoto alto, magro e muito alegre, sorria para a garota - aquele era eu. Percebi que queria ser aquele Lucas, e me veio a mente que já o fui um dia, mas esse dia acabou.
Enquanto ganhava extraordinária velocidade fui vendo novas cenas daquele casal, de outros casais, de outras pessoas, várias pessoas, vários momentos, sempre com aquele mesmo menino, alto, magro e sorrindo pra todos, "ele é sempre feliz assim?" pensava. Era como se ele não conhecesse a tristeza. Eu já fora assim um dia? Tudo indicava que sim.
Continuava caindo como um raio em câmera lenta, resolvi olhar pra baixa e então o vi outra réplica de mim mesmo, olhando-me fixamente, esperando por mim com uma expressão demasiada séria. Não achei que ele estivesse brincando, parecia quase inumano, quase intocável, quase imortal. Não havia como compará-lo a mim, eu estava em queda livre, deprimente, idiota e tão frágil, mas definitivamente aquele era eu, imponente e pronto pra subir as escadas daquele prédio de novo, mas, definitivamente tinha algo diferente naqueles olhos lá em baixo.
O choque era inevitável, morreríamos os dois e talvez fosse até melhor assim já que o Lucas feliz estava tão a cima dali. Então aconteceu, nós dois, naquele impacto mortal, nos tornamos um só. Foi tudo tão irreal, nós olhamos para toda aquela construção de maneira tão indiferente e simplemente demos as costas pra tudo aquilo e fomos subir outro tipo de edifício, porque a depressão e a imponência, juntas, se completam e se equilibram, nós tinhamos o poder pra fazer aquilo.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pra saber o que é possível é preciso que se tente conseguir o impossível. Então, tente!
Sempre alimente a esperança de vencer, só duvide de quem duvida de você.
(Gabriel o Pensador)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A imortalidade de um mortal

Queria ser um deus pra mudar toda essa rede que envolve o mundo. Eu seria um deus mais Afrodite do que Apólo ou Zeus - isso se deve ao fato de que nas últimas semanas a segunda fase do período romântico tem me afetado muito, toda aquela conversa de evasão e fuga, sabe.
A vontade de mudar todo o mundo me ocoreu hoje, pois me senti muito preso de mais às amarras humanas, às limitâncias do corpo. A idéia que Platão tinha de uma dimensão perfeita me pareceu bastante conveniente. Hoje, que as constelações voltaram aos seus devidos lugares, senti vontade de ser um deus, talvez mais parecido com Chronos, que podia parar o tempo.
Nem mesmo os deuses estão fora do alcance do pecado, eu, mesmo se fosse um deus, continuaria com meus desejos da carne "não sei se 'carne' é o que um deus tem. Whatever", desejos os quais são muito culpados do que escrevo agora. Também queria ter o poder de manipular o espaço contínuo, assim voltaria no tempo e te levaria daquele lugar com muitas pessoas para um lugar onde poderámos, enfim, terminar um beijo.
Isso tudo é um devaneio completo, eu, como um deus, não poderia ser tão egoísta ao ponto de te querer só para mim, poderia? Eu poderia ser tão orgulhoso para usar todo o meu poder só para te ter, ali, comigo? Por isso eu não posso ser um deus, eu faria tudo isso sem hesitar, se quer. Não pensaria duas vezes antes de evaporar o mar de Poseidon; ou inundar o inferno de Hades; ou até mesmo escurecer o precioso céu de Zeus; só pra te ter comigo.
Esse é o motivo de me sentir mais preso às amarras humanas, meu egoísmo já destruiu os limites mortais e se transformou em amor, o sentimento que precisa estar além do próprio corpo em seu devido estado, se eu me transformasse em um deus, continuaria sendo apenas egoísmo. E muito melhor do que ser o imortal de egoísmo é ser um  mortal de amor.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Matemática

Intersecção. Sim, intersecção. Quando dois ou mais elementos de conjuntos diferentes são iguais, mas nesse caso é mais do que isso, até o que não é igual sofre intersecções.
Finito? Sim, sempre finito, separados. Infinito? Sim, infinito, juntos. Sinto como se fosse possível dividir o infinito em dois e a parte que não me pertence a você é confinada. Os números a mim não pertecem mais quando os segundos me profanam pela eternidade me distanciando do que me completa.
Eternidade e Infinito se diferem sim, pois, numéricamente, o infinito não se alcança, mas as eras são contadas. Todavia, quando os sentimentos se somam, o infinito é alcançado e a eternidade se finda quando a intersecção é desfeita.
Queria uma equação bem completa, bem exponencial, bem quadrática e com várias icógnitas para poder resolver isso. Seria estupendo conseguir um resultado pra tal problema: o maior dos sentimentos.
Axiomas - escrevi todo o texto só pra chegar até aqui - são leis, regras determinadas e consideradas incontestáveis por serem tomadas como óbvias. Isso! O que eu sinto são axiomas, vários deles, sinto isso tudo por ti. Sábia palavra essa, que explica o óbvio, que explica o infinito, que explica o natural.



Você é minha Intersecção, minha metade de Infinito, e, acima de tudo, meu Axioma.