sábado, 26 de março de 2011

E se...?

E se der certo?
E se aquela for o homem ou a mulher da sua vida?
E se for esse o curso que vai deixá-lo rico?
E se for essa é a paixão da sua vida?
E se você conseguir tudo que quer?
E se seus pais não descobrirem que você viajou?
E se você for feliz?
E se você chegar aos 80 anos, olhar pra trás e sorrir para a vida que teve?
E se a vida valer a pena?
E se você largar de ser esse idiota e viver?
E se você deixar todas as imposições da sociedade e ter sua vida do jeito que VOCÊ quer?

A vida é como um campo, um campo só seu, no qual somento você plantará e somente você colherá. Então plante, colha, arrisque, viva! Use o "E se" para coisas boas, pense menos em consequências e mais em ser feliz, a vida é uma só.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Possivelmente seria assim:

“Caro Lucas,

Gostaria, educadamente, de dizer-lhe o quão egoísta é você. Vive reclamando de tudo e todos, mas não olha pra dentro de si mesmo. Um dia sua vida irá implodir. Chegará o dia em que todos apontarão pra você e irão rir desvairadamente.
Que personalidade é essa que não segura nenhum sentimento no peito e quando tenta se arrepende? Você deveria viver sozinho, caso não viva, vai acabar sozinho mesmo. Não tem pra onde correr. Lucas, você é assim.
Matemática? Além de morrer sozinho, ainda quer que seja de fome? Por que não faz Engenharia? Desistiu não é? Não passou na primeira tentativa e agora quer algo mais fácil.
Irresponsável, sim, irresponsável. Preocupa todo mundo, não avisa aonde vai, mas não se aborreça, não digo isso pra você, só pelas suas costas mesmo, isso e tudo aqui dito.
Ah! Claro. Você não acredita em nada, nem religião tem. Deve ser, no mínimo, ateu 'tenho nojo de ateus'. Que tipo de pessoa critica o casamento, a igreja e a vida de líderes religiosos.
Mas não se preocupe, quando eu precisar eu vou te procurar, por que eu sei que me ajudará. Então, não se sinta interessado por quem eu sou, apenas viva sua vida, que eu, além da minha, estou vivendo a sua também.

Encarecidamente, eu, que não tenho personalidade e procuro algo para acobertar isso. ”



Com a óbvia exceção de umas quinze pessoas, todas as outras que me conhecem, caso se juntassem e me mandassem uma carta, teria sido a cerca desta. Mas eu gosto disso, sinal que ao menos alguma coisa eu faço corretamente =D

sexta-feira, 11 de março de 2011

Falling

Desde muito tempo parado em pé, no topo do mais alto dos prédios, sempre olhando pra baixo, diretamente pro chão, com vontade de pular. Olhava para os lados: a minha direita uma amiga no mesmo estado, a minha esquerda outras tantas rodeando o parapeito resistindo a esse mesmo frenesi.
Meu corpo estava vazio, incompleto, aquele não era eu, mas podia sentir tudo, todo o vento, toda a chuva, todos os raios e trovões, e sempre olhando fixamente para o chão, que, por sua vez, parecia cada vez mais distante.
Não me lembro exatamente quando ou por que, mas pulei e cai devagar, vislumbrando cada andar. Dois andares abaixo do topo, vi uma garota, muito branca, muito baixa, muito loira e muito triste. Exatamente um andar a baixo dela a vi novamente, mas ela estava feliz e estava acompanhada, era um garoto alto, magro e muito alegre, sorria para a garota - aquele era eu. Percebi que queria ser aquele Lucas, e me veio a mente que já o fui um dia, mas esse dia acabou.
Enquanto ganhava extraordinária velocidade fui vendo novas cenas daquele casal, de outros casais, de outras pessoas, várias pessoas, vários momentos, sempre com aquele mesmo menino, alto, magro e sorrindo pra todos, "ele é sempre feliz assim?" pensava. Era como se ele não conhecesse a tristeza. Eu já fora assim um dia? Tudo indicava que sim.
Continuava caindo como um raio em câmera lenta, resolvi olhar pra baixa e então o vi outra réplica de mim mesmo, olhando-me fixamente, esperando por mim com uma expressão demasiada séria. Não achei que ele estivesse brincando, parecia quase inumano, quase intocável, quase imortal. Não havia como compará-lo a mim, eu estava em queda livre, deprimente, idiota e tão frágil, mas definitivamente aquele era eu, imponente e pronto pra subir as escadas daquele prédio de novo, mas, definitivamente tinha algo diferente naqueles olhos lá em baixo.
O choque era inevitável, morreríamos os dois e talvez fosse até melhor assim já que o Lucas feliz estava tão a cima dali. Então aconteceu, nós dois, naquele impacto mortal, nos tornamos um só. Foi tudo tão irreal, nós olhamos para toda aquela construção de maneira tão indiferente e simplemente demos as costas pra tudo aquilo e fomos subir outro tipo de edifício, porque a depressão e a imponência, juntas, se completam e se equilibram, nós tinhamos o poder pra fazer aquilo.